Como diria meu bom e velho amigo Freud, um dos princípios que rege o homem é o do prazer: nós buscamos gratificação imediata e tentamos evitar a dor. Os bebês e as crianças pequenas são ainda mais regidos por esse princípio e vão ao longo da vida aprendendo a lidar com as frustrações, com os desejos não realizados e com algumas dores que vêm com o crescimento.
O Guilherme sempre teve um temperamento muito forte e eu e o Elcio já tivemos algumas discussões sobre como lidar com esse temperamento fácil dele. O Elcio era/é a favor de ser preto no branco, “não” é “não” e pronto. Já eu apelo para um caminho mais cinza. Quando ele fala “Mãe, posso fazer tal coisa?”, ao invés de responder “não” eu respondo “outro dia”. A meu ver, o simples fato de adiar o desejo já é suficiente para que ele amadureça. E eu sinto que ele já amadureceu bastante, tem ficado cada vez mais fácil de lidar e cada vez mais receptivo a argumentos.
Hoje mesmo, ele me pediu:
“Mãe, um dia eu posso comprar isso?”
“Pode, filho, um dia você pode…”
Esse diálogo aparentemente simples foi suficiente para deixar ambos com sorrisos nos rostos. 🙂
PS: Não estou dizendo que existe um jeito errado de lidar com a situação, cada um lida do jeito que acha mais adequado. Obvio que o fato de ele estar mais velho também tem a ver com essa evolução…